Lockdown mostra que medida sanitária deveria ser cumprida por todos

Os números ainda são parciais, mas o resultado positivo do lockdown adotado em Dourados para conter a disseminação da covid-19 já começou a aparecer.

Segundo dados divulgados pela Vigilância Epidemiológica de Dourados, entre a 22ª e a 23ª semana epidemiológica, fechada no dia 13 de junho, a média móvel de casos positivos da doença caiu de 209,57 para 99,43 – redução de 53%.

A média móvel de mortes também caiu nos últimos sete dias, de 5 mortes por dia para 2,57 – queda de 48,6%. Foram 37 mortes na semana anterior e 19 óbitos na semana fechada ontem (13).

Profissionais de saúde ouvidos pelo Dourados Informa são unânimes em afirmar que apesar de os números ainda serem parciais, já que a leitura mais completa dos resultados positivos do lockdown só poderá ser feita daqui uma semana, o resultado é positivo.

Na avaliação desses especialistas, o lockdown em Dourados comprovou experiências adotadas em outras cidades e outros países: quando as medidas sanitárias são cumpridas os resultados positivos aparecem imediatamente.

Para profissionais que atuam na linha de frente da guerra contra a pandemia, o lockdown em Dourados se tornou necessário porque boa parte da população insiste em fazer festas clandestinas e em desrespeitar o toque de recolher.

O resultado foi o “fecha tudo”, que durante duas semanas castigou a economia dos municípios e agravou a crise no comércio, já tão prejudicado pela pandemia.

Dourados tem dezenas de exemplos negativos de boicote às medidas se biossegurança, como as constantes festas encerradas pela Guarda Municipal, aglomerações promovidas até por médicos e juízes e vereador furando o toque de recolher.

O caso envolvendo o político aconteceu no dia 14 de abril, quando Diogo Castilho (DEM) desrespeitou o toque de recolher por uma hora e 15 minutos para jantar com colegas médicos em um restaurante da Rua Albino Torraca.

Ele virou alvo de representação por quebra de decoro, mas a denúncia foi arquivada pela Câmara. O autor da denúncia recorreu à Justiça e o juiz José Domingues Filho, da 6ª Vara Cível, mandou a Presidência do Legislativo cumprir o Regimento Interno e submeter a denúncia ao plenário.

Na semana passada, a Procuradoria Geral da Câmara recorreu ao Tribunal de Justiça para tentar derrubar a decisão do juiz da 1ª instância e engavetar a denúncia sem levar ao plenário.